Brasilien hat im vergangenen Monat mit Veranstaltungen auf der Leipziger Buchmesse und der Lit.Cologne sowie Lesungen in Berlin und Frankfurt das umfassende Literaturprogramm gestartet, mit dem sich das Land im Herbst auch als Ehrengast der Frankfurter Buchmesse präsentiert. Dieser Auftritt auf der weltweit größten Buchmesse (09.-13.10.2013) bietet Brasilien die Möglichkeit, die Vielfalt, die Fülle und den Reichtum seiner Kultur zu zeigen.
Das brasilianische Kultusministerium stellt zu diesem Zweck umgerechnet 7,68 Mio. Euro zur Verfügung. „Brasilien will der Welt den Reichtum seiner Kulturproduktion zeigen“, erklärt die Kultusministerin Marta Suplicy.
„Dies ist ein besonderer Augenblick für Brasilien. Die ganze Welt schaut auf uns, ein Land, das nach der erfolgreichen Stabilisierung seiner Demokratie und Wirtschaft nun entschlossen die großen sozialen Herausforderungen angeht“, sagt der Vorsitzende des Organisationskomitees, Galeno Amorim. „Das Literatur- und Kulturprogramm soll Brasiliens Fähigkeit zu ständiger kultureller Erneuerung betonen und zeigen, wie es uns gelingt, die unterschiedlichsten Einflüsse aufzunehmen und neu zu gestalten. Eine Fähigkeit, die in der Vergangenheit vor allem in der Begegnung verschiedener Kulturen auf brasilianischem Boden zum Ausdruck kam.“
Pavillon und Kulturprogramm feiern Lebendigkeit, Vielfalt und Erfindungsreichtum der brasilianischen Kultur
Zur Buchmesse werden siebzig Autoren aus den verschiedensten Regionen Brasiliens nach Frankfurt entsandt. Vertreter unterschiedlicher Gattungen in den Bereichen Belletristik und Non-Fiction, unter anderem Kinder- und Jugendbuchautoren sowie Verfasser von Sach- und Fachbüchern und Lehrwerken. Im Oktober werden sie dann in Frankfurt Podiumsdiskussionen, Lesungen und Vorträge in Schulen, Bibliotheken und Universitäten bestreiten.
Neben den Auftritten dieser Autoren im Oktober sind im Laufe des Jahres weitere literarische Veranstaltungen geplant: Im März nahmen neun Autoren am Literaturprogramm der Leipziger Buchmesse und der Lit.Cologne teil. Vier Autoren und Illustratoren werden zwischen dem 8. und dem 23. Juni 2013 bei den internationalen Kinder- und Jugendbuchwochen in Köln vertreten sein, sieben bis neun Autoren beim Internationalen Literaturfestival Berlin im September.
Das brasilianische Kulturprogramm wird im Juni in Frankfurt vorgestellt. Von August bis Oktober werden an etwa fünfzehn Schauplätzen in Frankfurt Veranstaltungen und Events aus Brasilien stattfinden, unter anderem in der Deutschen Nationalbibliothek Frankfurt, dem Künstlerhaus Mousonturm, der Oper, der Schirn Kunsthalle, dem Deutschen Architekturmuseum, dem Museum für Moderne Kunst, dem Kulturzentrum Brotfabrik, dem Portikus und dem Museum für Angewandte Kunst.
Die größte Schaubühne für das brasilianische Programm aber wird der 2.500 Quadratmeter große Pavillon auf dem Frankfurter Messegelände sein, in dem eine Ausstellung über die Literatur des Landes gezeigt wird. Die Ausstellung wird von den brasilianischen Künstlern Daniela Thomas und Felipe Tassara gestaltet, die schon für diverse internationale Projekte verantwortlich gezeichnet haben, unter anderem für die Vorstellung Brasiliens bei der Übergabe der Olympischen Flagge in London im vergangenen Jahr.
Alle Aktivitäten Brasiliens als Ehrengast der Frankfurter Buchmesse werden von einem eigens zu diesem Zweck gegründeten Komitee organisiert, an dem verschiedene dem Kultusministerium unterstellte Einrichtungen wie die Stiftung Nationalbibliothek (Fundação Biblioteca Nacional) und die Brasilianische Kulturstiftung
(Fundação Nacional de Artes) beteiligt sind sowie das Außenministerium, der Brasilianische Verlegerverband (CBL) und weitere Institutionen.
Milton Hatoum zum Image Brasiliens und zur Chance für die brasilianische Literatur
Der brasilianische Schriftsteller Milton Hatoum erklärte 2012 anlässlich der Übergabe der Gastrolle von Neuseeland an Brasilien:
Gostaria de ressaltar brevemente a importância da homenagem ao Brasil na Feira do Livro de Frankfurt, em 2013. Antes de tudo, a literatura de um país é capaz de desconstruir velhos e novos estereótipos sobre esse mesmo país.
O Brasil já foi considerado o país do carnaval, do samba, do futebol. Talvez ainda seja visto ou imaginado como uma mistura dessas três artes populares com uma dose espetacular de violência urbana e rural. Usei a palavra “espetacular” porque a violência, dependendo de como é usada ou reconstruída numa obra de arte, pode revelar-se um mero espetáculo.
Já fomos o país do futuro, mas parece que o futuro deu um salto no tempo, ou deu um salto para trás e nos alcançou. Penso que a literatura brasileira nega ou questiona essas generalizações fáceis. Mas, para que essa literatura seja conhecida, ela precisa ser bem traduzida e editada.
Nas décadas de 1960 e 1970, o boom da literatura latino-americana excluiu a obra de pelo menos três grandes escritores do Brasil: Clarice Lispector, Graciliano Ramos e João Guimarães Rosa. Um grande contista como Dalton Trevisan também foi excluído desse boom, que não foi latino-americano, e sim hispano-americano. No próximo ano, a Feira do Livro de Frankfurt pode corrigir essa imprecisão geográfica ou essa injustiça literária. Por isso, o intercâmbio literário – verdadeiramente literário, e não apenas comercial – pode ser ampliado e aprofundado. Penso ser este um dos objetivos da Feira do Livro de Frankfurt ao homenagear anualmente um país.
Numa obra de ficção, o narrador inventa um microcosmo, um mundo paralelo que pode expressar as contradições, anomalias, iniquidades, loucuras e até mesmo o impasse de uma sociedade. Mas pode também expressar questões e conflitos íntimos, em que a feição nacional, brasileira, não sendo ostensiva, é apenas insinuada. Penso que as vozes desses narradores – alguns deles aqui em Frankfurt – tentam sondar a complexidade de um país, cuja face mais violenta e perturbadora pode ser traduzida por um drama individual ou familiar. Enfim, um Brasil de múltiplas faces, inventado por vozes dissonantes, sem estereótipos e sem mitificação. Vozes de dúvidas, de perguntas sem respostas. Ou vozes que reinventam um país a um passo do futuro, mas esse futuro pode ser o abismo, e o abismo, uma metáfora do destino de narradores e personagens.
Esse pessimismo radical é um dos traços fortes da obra de Machado de Assis. Não menos triste e pessimista é o desfecho do grande romance “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, de Mário de Andrade.
São essas vozes narrativas – do passado e do presente – que imprimem forma e espessura à literatura brasileira.
[Text: Silvia Lenz. Quelle: Pressemitteilung Frankfurter Buchmesse, 14.03.2013. Bild: Frankfurter Buchmesse; Denisecrispim, Lizenz: CC-BY-SA-3.0.]